Monthly Archives: January 2014
Figurino ao longo da história I
O figurino se refere ao guarda-roupa da personagem, todas suas roupas e acessórios. Essa breve definição permite compreender melhor que objeto é esse, porém não abarca a complexidade do assunto.
Na dança e no balé, atualmente, o figurino tem por objetivo oferecer condições satisfatórias para o público identificar os personagens, de forma a facilitar a comunicação dos princípios do espetáculo em cartaz. Mas a prática da dança utilizava roupas do cotidiano até 1501, a partir de então é possível observar uma uniformização dos trajes se diferenciando das roupas do dia a dia. Os trajes passam a ser adaptadas para permitir mais movimentos, como o calção que teve seu comprimento ajustado para cima do joelho permitindo as flexões dos bailarinos. Tudo para privilegiar a performance do dançarino.
Nos ballets clássicos La Délivrance de Reunand (1619) de Jacques Patin e La Nuit (1653) de Berain, já é possível observar uma preocupação em transmitir uma mensagem sobre a subjetividade da personagem. A uma preocupação em personificar as pessoas e os objetivos através de pequenas mudanças como tecidos, cores e elementos alegóricos.
IMAGEM TRAJE DO REI LUÍS XIV – FONTE: MENDES in VIANA e MUNIZ, LIVRO: “Traje de cena” 2012, P.43
NOTA: NO BALLET DE LA NUIT, 1653
A imagem acima se trata do traje do Rei Luís XIV, no Ballet de La Nuit. O rei também era conhecido como Rei Sol, e era o elemento central deste ballet, representando o Sol. Seu figurino reforçava sua imagem e magnitude dentro e fora do ballet. Este Rei fundou a Academia Real de Balé a primeira academia relacionada a dança na França. Nessa época apenas os homens se apresentavam em público, interpretando também, os papéis femininos com uso de máscaras.
A entrada das mulheres nesse cenário será abordada semana que vem!
Até lá!
UNDERGROUND RITUAL – 15.02.2014
Esse é o chamado para uma missão, a nossa reunião tribal. Tribo que chamamos de família e por plantarmos a psicodelia escolhemos o nome de Semente Psicodelica, que pensamos traduzir toda essência de nossa convicção em um termo que chegou ao conhecimento da maioria como o neologismo PsySeeD. Somos a soma de forças de músicos, artistas plásticos, designers, sonhadores e mentes livres admiradoras de ideias libertárias que propõem um rompimento com o padrão estabelecido pelos dogmas vigentes em nossa sociedade atual.
Como estamos vivendo um período violento e conturbado em todo o mundo, escolhemos como plano de fundo a música rápida, por vezes agressiva e de conteúdo pesado, conhecida por muitos como Darkpsy. Estilo que é uma das ferramentas que os xamãs modernos usam pra traduzir os conhecimentos para os iniciados, que por livre e espontânea vontade estarão dispostos a conhecer as possibilidades que o deslocamento multidimensional pode proporcionar, tudo isso por conexão com o próprio corpo pela dança, com os demais pela sincronização e com o planeta terra pela conexão com a Natureza, que com sua beleza exuberante será o palco de nossa celebração.
Quando fazemos menção a qualquer tipo de transformação, é imprescindível que todos compreendam que antes de mais nada não estamos falando de ‘substancias’ e sim de ‘compreensão, auto-conhecimento e cura’. Todos esses itens estão ao dispor
de quem realmente está disposto a enfrentar os fantasmas, medos e conflitos do ‘EU interior’. Nossa celebração tem também o objetivo de catalisar a evolução da nossa comunidade psicodélica.
Conecte-se
O Rito de Passagem é uma alusão à morte do ego, e nele estaremos unidos em celebração à VIDA como um todo, não apenas uma ocasião específica. Com a morte do ego, podemos ser um novo ‘ser imortal’, que não necessita de perguntas ou respostas.
O objetivo dessa celebração é trazer novamente o espírito de compreensão e amizade que é o que nos trouxe a esse momento atual. Se você está lendo isso não é por acaso. O trance te escolheu…
Seja bem vindo e venha somar com o que tem recolhido em sua mochila de viajante da galáxia Psicodélica!
Não teremos a rotina costumeira de um evento no formato como está sendo feito há muitos anos. Teremos um novo formato de celebração, onde todos são convidados desde já a somar no que acharem pertinente. Tragam suas ideias, seus sonhos, suas realizações… tragam até seus medos, suas dúvidas. Somos todos irmãos e com certeza você terá um ombro amigo pra compartilhar a experiência de estar aprendendo no planeta escola chamado Terra.
PULL THE PLUG
Se você vibra na essência do Psytrance esse chamado é para você! Vamos descobrir o que o Rito de Passagem tem pra somar em nossa existência. É essencial a presença de quem vibrou sentindo toda a energia desse chamado. A casa é sua e você sabe como chegar! Sejam todos bem vindos, somos gratos por estarem juntos com a PsySeeD nessa missão!
São apenas 200 ingressos, que já estão circulando entre nossa tribo.
1º lote: R$ 25,00 (ESGOTADO)
2º lote: R$ 35,00 – Até dia 31 de Janeiro
3º lote: R$ 50,00 – Até o dia 14 de Fevereiro
Daniel Korn (São José dos Pinhais) – Fone: (41) 9827-4060
Cil Britez (São José dos Pinhais) – Fone: (41) 8496-8200
Kauhana Tissiani (Campo Largo) – Fone: (46) 9909-2241
O Ritual será realizado no dia 15 de Fevereiro de 2014, na cidade de Campo Largo/PR
Maiores informações na página do evento UNDERGROUND RITUAL
O surgimento do figurino
Vou começar este post com uma breve apresentação, pois passarei a fazer parte da equipe de autores do blog esse ano. Me chamo Beatriz e sou designer de moda, meu maior interesse dentro dessa área é o figurino, a possibilidade de se criar um personagem através de signos. Afinal, no ato do vestir-se não criamos sempre um personagem?
É muito complicado falar do surgimento de algo. Pois quando nos damos conta ese algo já está entre nós, existindo. E como são estudos históricos, nós usamos a ideia que temos hoje de figurino para encaixar nos hábitos de outras civilizações e dizer que eles usavam algo que nós podemos denominar figurino. Afora essa dificuldades vamos começar a analisar históricamente os primeiros sinais que temos dele, ou melhor, nos primeiros sinais aos quais nós atribuímos o valor de figurino.
Em 1891 foram encontradas na Austrália, imagens rupestres em grutas, que eram santuários de civilizações do período paleolítico, entre 17 e 50 mil anos atrás. Francisca Mendes (2012) comenta em seu artigo “ A DANÇA DO CORPO VESTIDO: UMA FORMA DE EXPRESSÃO E COMUNICAÇÃO”sobre quando poderia ter sido o surgimento do figurino.
IMAGENS RUPESTRES – FONTE: MENDES in VIANA e MUNIZ, LIVRO: “Traje de cena” 2012, P.40
Estas imagens são o registro humano mais antigo do uso de figurino. Os desenhos representam figuras humanas em movimento vestindo peles e outros adereços. A cerimônia representada parece ser a prática de uma dança religiosa. Mendes acredita que “os personagens das peças, desde os primórdios, precisavam ser representados e caracterizados por trajes” (MENDES, in VIANA e MUNIZ, 2002, p.40). E complementa:
“O homem sempre procurou adaptar recursos disponíveis em cada região e em cada época as suas necessidades de expressão. Percebe-se uma preocupação marcante com a utilização de objetos, formas, cores e texturas para representar ou personificar um determinado personagem durante a apresentação da dança envolvendo música, pantomima e acrobacias, conforme descrição de diversos autores entre eles: Paul Boucier, Luis Ellmerich, Miriam Garcia Mendes, Ferdinando Reyna, Edgard de Brito Chaves Junior, Luiza Lagoas, Dalal Achcar e Phillippe Beaussant.” (MENDES, 2012, p. 41)
O figurino também pode ser chamado de traje de cena. O termo “traje” tem sua origem etimológica na palavra trager, portuguesa que significa trazer para si. Esse algo que é trazido a si pode ser compreendido como uma identidade uma significação. O homem pós-moderno acredita que através das roupas é possível passar uma identidade para a sociedade. Vivemos a década das tribos urbanas misturadas em um plano geográfico e separadas no plano dos signos através de vestimentas e hábitos característicos.
Paradoxalmente, é através da cópia de símbolos, que o ser humano busca se diferenciar concretizando sua autoimagem representacional. Conforme Hoffman, “no caso da subjetividade na sociedade de consumidores, é a vez de comprar e vender símbolos empregados na construção da identidade”. São infinitas possibilidades de vir a ser que abrangem tanto o traje de cena como o traje em geral. Aliás, é possível dizer quando o traje é de cena e quando não é? Quando é figurino e quando nao é?
Beatriz Maciel